LA MEDIA VUELTA
Já faz algum tempo que
tenho pesado nesta música. Sua letra me fascina. Foi composta por José Alfredo
Jimenez Sandoval (1926/1973). Jimenez era mexicano, nunca estudou música. Não
sabia tocar nenhum instrumento musical. Suas composições eram interpretadas
para algum maestro que as escrevia.
La Media Vuelta foi executada um sem número de vezes por
diversos cantores. Recentemente apareceu na trilha da “Casa das Sete Mulheres”,
série da Rede Globo.
A letra, traduzida para o português, pelo meu espanhol da
fronteira, é mais ou menos assim:
Vais porque eu quero que
te vás
A hora que eu queira, te
detenho
Eu sei que meu carinho te
faz falta
Porque, queiras ou não,
sou teu dono
Eu quero que te vás pelo
mundo
E quero que conheças muita
gente
E que te beijem outros
lábios
Para que me compares hoje
como sempre
Se encontrares um amor que
te compreenda
E sintas que te quer mais
que ninguém
Então eu darei a meia
volta
E me irei como o sol,
quando morre à tarde.
Vejam só, esse mexicano viveu no século passado,
provavelmente nunca ouviu falar em feminismo, mas tinha um sentido de
eternidade, de fraternidade, de liberdade e de amor.
Amor genuíno, porque não há amor sem liberdade. Sua letra,
redonda como a melodia, é um hino à emancipação feminina. “Tu vais porque eu
quero que te vás”, vais ser livre mesmo que não queiras. Livra-te do meu domínio,
vai procurar outros relacionamentos, outros amores.
E se achares outro amor, que te compreenda, fica com ele e “eu
irei como o sol, quando morre à tarde”.
Bota letra bonita.
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