segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014


LA MEDIA VUELTA




      Já faz algum tempo que tenho pesado nesta música. Sua letra me fascina. Foi composta por José Alfredo Jimenez Sandoval (1926/1973). Jimenez era mexicano, nunca estudou música. Não sabia tocar nenhum instrumento musical. Suas composições eram interpretadas para algum maestro que as  escrevia.

         La Media Vuelta foi executada um sem número de vezes por diversos cantores. Recentemente apareceu na trilha da “Casa das Sete Mulheres”, série da Rede Globo.

         A letra, traduzida para o português, pelo meu espanhol da fronteira, é mais ou menos assim:


Vais porque eu quero que te vás
A hora que eu queira, te detenho
Eu sei que meu carinho te faz falta
Porque, queiras ou não, sou teu dono
Eu quero que te vás pelo mundo
E quero que conheças muita gente
E que te beijem outros lábios
Para que me compares hoje como sempre
Se encontrares um amor que te compreenda
E sintas que te quer mais que ninguém
Então eu darei a meia volta
E me irei como o sol, quando morre à tarde.


         Vejam só, esse mexicano viveu no século passado, provavelmente nunca ouviu falar em feminismo, mas tinha um sentido de eternidade, de fraternidade, de liberdade e de amor.

         Amor genuíno, porque não há amor sem liberdade. Sua letra, redonda como a melodia, é um hino à emancipação feminina. “Tu vais porque eu quero que te vás”, vais ser livre mesmo que não queiras. Livra-te do meu domínio, vai procurar outros relacionamentos, outros amores.

         E se achares outro amor, que te compreenda, fica com ele e “eu irei como o sol, quando morre à tarde”.

         Bota letra bonita.




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