CLIMA
Convido vocês a refletirem e tomarem posição sobre as
mudanças climáticas ao invés de só reclamarem do calorão.
Neste link (http://bit.ly/1bcl3by) vocês encontram um resumo preparado pelo climatologista José Marengo - do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - sobre o impacto das mudanças climáticas no Brasil.
Vou copiar e colar exatamente a previsão para a região Sudeste: "Aumento na frequência de enchentes urbanas e deslizamentos de terra em áreas de encosta, afetando moradores. Altas taxas de evaporação e dias secos consecutivos, com maio secura do ar e condições favoráveis para desbalanço hídrico, o que pode afetar agricultura de subsistência, pecuária e agroindústria. Escassez de alimentos, o que pode elevar preços e produzir desabastecimento Aumento nas ondas de calor, o que pode afetar a saúde e acrescentar o consumo de energia hidroelétrica, com risco de desabastecimento de energia. Impactos no fornecimento e qualidade de água para população. Impacto na geração de emprego, conflitos sociais, ameaça a segurança, saques. Impactos nos ecossistemas naturais (Mata Atlântica e costeiros)"
Há um conjunto razoável de informações nas mãos dos ecólogos e climatologistas que apontam que o desmatamento na Amazônia quebra o fluxo de umidade (chamado informalmente de 'rio no céu') para o Sul/Sudeste e implica em impacto nos regimes de chuva por aqui. Eu mesmo vi, em um congresso, o cientista Phillip Fearnside apontar isso há quase dez anos.
No entanto, enquanto os lados governista ou oposicionista discutem ferozmente a competência do governo federal em gerir a operação do sistema elétrico brasileiro durante a bizarra estiagem, ainda não vi seque um pio na imprensa, falada ou escrita, eletrônica ou tradicional, governista ou oposicionista, a respeito das razões para o que está acontecendo. Será esse esquecimento como um sintoma de recalque, descrito pela psicanálise, uma viseira que nos impede de perceber o óbvio, que é o fato de que o clima está mudando e que não estamos, de fato, fazendo nada efetivo para tentar mitigar o problema?
O pior de tudo: conforme o tempo passa, cada vez mais parecemos ignorar que o único jeito de minimizar o impacto - uma vez que ele virá - não é com o conceito 'nação', mas pensando como uma única espécie. A única espécie, aliás, supostamente capaz de raciocinar.
Neste link (http://bit.ly/1bcl3by) vocês encontram um resumo preparado pelo climatologista José Marengo - do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) - sobre o impacto das mudanças climáticas no Brasil.
Vou copiar e colar exatamente a previsão para a região Sudeste: "Aumento na frequência de enchentes urbanas e deslizamentos de terra em áreas de encosta, afetando moradores. Altas taxas de evaporação e dias secos consecutivos, com maio secura do ar e condições favoráveis para desbalanço hídrico, o que pode afetar agricultura de subsistência, pecuária e agroindústria. Escassez de alimentos, o que pode elevar preços e produzir desabastecimento Aumento nas ondas de calor, o que pode afetar a saúde e acrescentar o consumo de energia hidroelétrica, com risco de desabastecimento de energia. Impactos no fornecimento e qualidade de água para população. Impacto na geração de emprego, conflitos sociais, ameaça a segurança, saques. Impactos nos ecossistemas naturais (Mata Atlântica e costeiros)"
Há um conjunto razoável de informações nas mãos dos ecólogos e climatologistas que apontam que o desmatamento na Amazônia quebra o fluxo de umidade (chamado informalmente de 'rio no céu') para o Sul/Sudeste e implica em impacto nos regimes de chuva por aqui. Eu mesmo vi, em um congresso, o cientista Phillip Fearnside apontar isso há quase dez anos.
No entanto, enquanto os lados governista ou oposicionista discutem ferozmente a competência do governo federal em gerir a operação do sistema elétrico brasileiro durante a bizarra estiagem, ainda não vi seque um pio na imprensa, falada ou escrita, eletrônica ou tradicional, governista ou oposicionista, a respeito das razões para o que está acontecendo. Será esse esquecimento como um sintoma de recalque, descrito pela psicanálise, uma viseira que nos impede de perceber o óbvio, que é o fato de que o clima está mudando e que não estamos, de fato, fazendo nada efetivo para tentar mitigar o problema?
O pior de tudo: conforme o tempo passa, cada vez mais parecemos ignorar que o único jeito de minimizar o impacto - uma vez que ele virá - não é com o conceito 'nação', mas pensando como uma única espécie. A única espécie, aliás, supostamente capaz de raciocinar.
Postado por Luis Fernando Tófoli, professor
da UNICAMP
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