lula,
o filho da ditadura
Quando
a ditadura militar estava em seus últimos estertores, coube ao seu grande
estrategista, Golbery do Couto e Silva, pensar no futuro do país, após a
redemocratização.
O grande pavor do movimento militar era
a possibilidade do Brasil ser governado por líderes do MDB. O último ditador,
João Baptista Figueiredo, tinha especial ojeriza por Ulisses Guimarães. A
ditadura literalmente soltou os cachorros em Ulisses.
O velho líder peemedebista deu o troco
quando a constituição de 1988 foi promulgada. Ele disse, textualmente, “tenho
nojo da ditadura”.
Quem poderia ser o contraponto? Ora,
havia um líder operário, formado pelo velho sindicalismo brasileiro, que
costumava fazer discursos contra a ditadura, na frente das fábricas. Ele até já
havia passado uma semana preso, por conta de suas manifestações (essa semana
garantiu a ele, polpuda aposentadoria, mais tarde).
Sim, Luis Inácio da Silva, futuramente
Luis Inácio Lula da Silva, ou, simplesmente, Lula.
Lula não tinha em seu currículo a
participação em grupos armados. Sindicatos sempre foram, no Brasil, palco de
negociações e negociatas com todos os governos, desde a outra ditadura, a
getulista, quando foram criados. O imposto sindical é um penduricalho da
ditadura getulista que se mantém até hoje.
Não deu outra, foi criado o Partido dos
Trabalhadores, agremiação com discurso moralista e com bandeiras esquerdistas. Lula
conquistou o poder, não sem antes sofrer grandes derrotas.
Lula, quando necessário, abandonou seus
velhos companheiros e aliou-se a líderes civis da ditadura, como Maluf e Sarney.
O velho Golbery pode dormir tranquilo
seu sono eterno. Lula em seus oito anos de governo, nunca fez nada para modificar
a Lei da Anistia do governo militar, diferentemente do que fizeram a Argentina
e Chile.
Ao
contrário, desestimulou qualquer movimento político neste sentido e seu governo
cuidou de manter escondidos os arquivos dos órgãos de segurança, onde constavam
as atrocidades cometidas contra brasileiros inocentes, como Zuzu Angel, Manoel
Fiel Filho, Vladmir Herzog, Rubens Paiva e muitos outros.
Coube
a Dilma liberar esses arquivos. Antes tarde do que nunca.
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