sexta-feira, 5 de abril de 2013






...Vivemos num mundo do Vazio, da predominância dos Estados Depressivos, das relações interpessoais, não como forma de parceria mas como prática de atividades masturbatórias – “o dito parceiro” não para desenvolver uma parceria, uma troca afetiva, uma relação de complementariedade. Uma relação onde a função da outra pessoa é dar prazer, conforto material, satisfação física, características do que Freud chamou de Ego Prazer e também de Ego Corporal. Dito de outro modo, relações que tentam abstrair e retirar do cenário amoroso, a capacidade de tolerar as consequências de qualquer vínculo afetivo: diferenças de personalidades, ciúme, inveja, competição, rivalidade, raiva, ódio. 

A relação afetiva oferta um “pacote completo”, tanto de aspectos amorosos como sentimentos desconfortáveis. O homem contemporâneo não quer dedicar tempo a elaborar suas angústias existenciais, ele quer abolir a avalanche afetiva que está implícita numa relação, daí sua frieza, solidão e vazio afetivo... 

CARLOS VIEIRA


Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

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