...Vivemos num mundo do
Vazio, da predominância dos Estados Depressivos, das relações interpessoais,
não como forma de parceria mas como prática de atividades masturbatórias – “o
dito parceiro” não para desenvolver uma parceria, uma troca afetiva, uma relação
de complementariedade. Uma relação onde a função da outra pessoa é dar prazer,
conforto material, satisfação física, características do que Freud chamou de
Ego Prazer e também de Ego Corporal. Dito de outro modo, relações que tentam
abstrair e retirar do cenário amoroso, a capacidade de tolerar as consequências
de qualquer vínculo afetivo: diferenças de personalidades, ciúme, inveja,
competição, rivalidade, raiva, ódio.
A relação afetiva oferta um “pacote
completo”, tanto de aspectos amorosos como sentimentos desconfortáveis. O homem
contemporâneo não quer dedicar tempo a elaborar suas angústias existenciais,
ele quer abolir a avalanche afetiva que está implícita numa relação, daí sua
frieza, solidão e vazio afetivo...
CARLOS VIEIRA
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.
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